GOVERNADOR CELSO RAMOS: ASPECTO HISTÓRICO

GOVERNADOR CELSO RAMOS: nota histórica

Emancipado aos 6 de novembro de 1963, com o nome Ganchos, antigo porto pesqueiro citado por Arcipreste Paiva em 1868, e que consta pela vez primeira em 1776, em mapa português, como “Ganxos”, a atual Governador Celso Ramos foi ocupada por grupos caçadores-coletores há cinco mil anos. Entre os anos 750 e 1.300 d.C., a região foi tomada pelos indígenas Itararé (Jê), sucedidos pelos Guarani que viviam em duas importantes aldeias: Reritiba e Piracoara.

Com a criação da Capitania de Santa Catarina (1738), um povoamento vicentista proveniente de São Vicente, Cananéia e São Francisco do Sul, indígenas e africanos erigem capela consagrada a Nossa Senhora da Piedade (1738-1745) no maior empreendimento fabril do Sul brasileiro (1738 a 1778), a Armação Grande das Baleias, doravante Armação da Piedade, diante da Fortaleza de Santa Cruz do Anhatomirim (1738) – tombada pelo patrimônio nacional (1938).

Com a chegada de colonos portugueses, açorianos e madeirenses (1748 a 1756) é fundada a Freguesia de São Miguel da Terra Firme (1752), nas imediações da Armação da Piedade, que passa a receber colonos portugueses continentais da Ericeira (1820) e germânicos e belgas (1847). Quando da criação do Distrito de Paz (1861), Ganchos contava com 698 habitantes.

A bibliografia local dá conta que o nome Ganchos está relacionado ao formato das meias-luas que recortam a península, mas a denominação pode estar relacionada aos navegadores catalães das primeiras expedições no século XVI, derivando assim dos dois grandes ganchos que formam a Baía de Tijucas. A Baía de São Sebastião dos Tijucais ou de Tijucas, é denominada de Baía dos Dois Ganchos pelo mineralista inglês John Mawe (1806), reafirmado em mapa português (1808). O gentílico de quem nasce ou mora na cidade é gancheiro. O “gancheiro” era a alcunha arpoador de baleias, que maneja a fateixa/gancho.

Com a economia ainda alicerçada na Pesca, a cidade também se abre ao Turismo. O Município possui duas unidades de conservação, a Área de Proteção Ambiental do Anhatomirim, e a Reserva Marinha Biológica do Arvoredo.

(*) William Wollinger Brenuvida. Jornalista e escritor. Membro do IHGSC e do INGESC. Diretor da Casa dos Açores de Santa Catarina, é doutorando em Ciência da Linguagem.