Troféu Açorianidade 2024 tem escritor gancheiro como um dos premiados
A noite da última quarta-feira (14/11), no Auditório da Prefeitura de Biguaçu, foi marcada pela cerimônia de entrega do Troféu Açorianidade 2024, evento que inaugura a 30ª AÇOR, a mais importante festividade em memória das tradições e práticas socioculturais dos descendentes do arquipélago português dos Açores. A premiação é conferida anualmente pelo Núcleo de Estudos Açorianos (NEA), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a instituições de pesquisa, grupos folclóricos, prefeituras, associações, artistas e personalidades que se destacam no apoio às manifestações socioculturais açorianas enraizadas em Santa Catarina.
Nesta edição, um dos premiados do Troféu Açorianidade, na categoria São Miguel — destinada às instituições de ciência e pesquisa — foi o jornalista e escritor gancheiro William Wollinger Brenuvida, que recebeu a premiação juntamente com o engenheiro de aquicultura Tiago Manenti Martins e o carpinteiro naval Elizeu Lucinda.
William é membro da Associação Caminho das Águas do Tijucas (ACAT), que, ao longo dos anos, desenvolveu trabalhos com as comunidades pesqueiras da Costa Esmeralda e da Grande Florianópolis. Por meio da ACAT, ele ajudou a produzir documentários em vídeo, artigos científicos e livros, além de ministrar palestras e participar de representações para garantir a continuidade da prática da pesca no litoral catarinense.
A indicação do troféu foi feita pelo museólogo tijuquense Tiago Lessa e foi vista pela ACAT como um excelente momento para a Cultura e o Meio Ambiente, a Economia do Mar e o Turismo, especialmente nos municípios de Governador Celso Ramos, Tijucas e Biguaçu.
“A pesca, assim como o bordado de crivo, as cantorias e folguedos do boi-de-mamão e terno-de-reis, a festa do Divino Espírito Santo, as benzeduras e a culinária regional, representam práticas materiais dos descendentes de açorianos e madeirenses em Santa Catarina. Portanto, esse troféu valoriza quem atua em defesa desses valores”, destaca William, descendente de seis das nove ilhas dos Açores.
Ele acrescenta que a consagração por meio do troféu é coletiva. “Nós, da ACAT — eu, Tiago Martins, Sandra Tiezerini e os falecidos Djalma Bitencourt e Adalto Gomes — trabalhamos muito, unidos, para que essas conquistas fossem alcançadas.”
“As festividades do Açor recordam nossos antepassados, mas também mostram como podemos organizar eventos de qualidade para o fomento do Turismo Nacional e Internacional. Parabéns aos nossos irmãos de comarca, os biguaçuenses, por sediarem a 30ª Açor. Nosso agradecimento e carinho especiais ao NEA e ao Conselho Estadual de Cultura”, complementa.
Além da premiação, o evento em Biguaçu contou com a apresentação da Orquestra e Coral da Escola de Música de Biguaçu, que interpretaram canções como “Olhos Negros”, “Chamarrita da Ilha Terceira” e “Cantigas do Boi de Mamão”.
Na história da premiação, Governador Celso Ramos, que se emancipou de Biguaçu em 1963, sediou a Açor em duas ocasiões: a 14ª edição, em 2006, e a 17ª edição, em 2010. Ambas contaram com o apoio de escritores e agentes culturais como Antonieta Mercês da Silva, Adalto Jorceli de Melo e William Wollinger Brenuvida.